17 março 2009

Lourores Sem Unção


Atravessamos um período bastante difícil na história da Igreja. Num passado bem recente, era o catolicismo que assustava, com as suas investidas e ataques contra os crentes ,os chamados quebra-santos.

Muitos eram intimados a depor em esquadras e ao saírem eram advertidos para que não saíssem mais às ruas com as suas pregações, nem tão pouco distribuíssem literatura.

Hoje, o quadro é outro, totalmente outro. Não vivemos mais sob a síndrome da perseguição, do ataque feroz, mas sim, sob perigo das influências. As influências perigosas a que nos referimos são as chamadas "influências cristãs" que são trazidas para dentro das igrejas e adaptadas por crentes de maneira leviana. Estas influências, com um verniz de santidade, são deveras perigosas.

UM LOUVOR "QUENTE":

Moody, o notável evangelista do século passado, em suas viagens levava consigo o cantor Sankey. Numa dessas reuniões, após pregar sobre o Salmo 23, convidara Sankey para cantar um hino. E o hino escolhido era uma poesia que achara em um jornal abandonado no trem onde viajavam. Sem qualquer musica, Sankey colocou a poesia sobre o órgão e com sua forte voz cantou o hino que hoje conhecemos sob o título : "Noventa e nove ovelhas há"(HC 131). É Sankey quem próprio conta: "Eu, porém, pensei que era impossível, porque nenhuma música havia sido escrita, antes, para esta poesia. Mas aquela impressão forte veio mais uma vez à minha mente, que eu deveria cantar aquelas belas e oportunas palavras que havia encontrado anteontem.

Colocando a poesia no órgão, à minha frente, levantei o meu coração em oração, pedindo a Deus que me ajudasse, a fim de que o povo me pudesse ouvir e entender.

Deixando as minhas mãos cair sobre o teclado, toquei o acorde em lá bemol e comecei a cantar. Nota por nota a melodia foi dada e até hoje nunca foi alterada". Moody, o evangelista, com os olhos marejados de lágrimas, veio ,evidentemente comovido e viu o pedacinho do papel que Sankey cortou do jornal e que acabara de cantar. "Sankey, onde você achou este hino? Nunca vi coisa semelhante em minha vida".

Hoje tomou-se raro homens como Sankey, cujos cantos de louvor engrandecem ao Senhor e arrancam lágrimas produzidas pelos corações. Entretanto, como surgimento de grupos chamados evangélicos, o louvor tomou um outro rumo. São cantores que trazem os ritmos do mundo.

Esta influência satânica está aproximando-se de muitas igrejas, entrando em suas portas, utilizando crentes jovens e sinceros, sob a argumentação simplista de que Davi agiu sob a mesma forma. Dançava e saltava na presença do Senhor e utilizava instrumentos de cordas, os descritos no Salmo 150. Muitos desejam os instrumentos de Davi, mas rejeitam a vida de Davi, o seu amor pelo Senhor Deus, a sua obediência, o seu temor e a sua sinceridade.

UMA MENSAGEM VAZIA, SEM CRISTO

Em muitos púlpitos fala-se uma linguagem perversa, destituída das belezas de Cristo. Fala-se mais de Satanás do que de Cristo . Fala-se das suas possessões, de seus ataques, do seu poder, das vidas que ele "amarra", mas pouco se fala dAquele que o derrotou na cruz. Testemunhos infindáveis, revelações absurdas são proferidas por falsos pregadores e milagres sem a chancela divina são anunciados.

Deus opera de maneira maravilhosa em nossos dias, pois Ele é Soberano para atingir seus propósitos. Ele não mudou através dos anos, pois Ele permanece fiel a despeito de nossa infidelidade. Satanás, também, tem seus ataques, suas armadilhas, e cabe a cada crente munir-se da oração sincera, pois ele será afugentado. Pedro em sua carta (lPe 5:9), manda que "resistamos firmes na fé". E essa resistência não é na base da gritaria mas na oração silenciosa e com fervor.

Lamentavelmente muitas igrejas pretendem copiar tais atitudes, como chamariz para suas reuniões. Querem apresentar uma demonstração visível, palpável do poder de Deus. Com isto, conseguem lotar seus salões de culto. Nestes lugares o poder se concentra no pregador. Muitas vezes ouvimos pessoas referindo-se à igreja do "pastor fulano de tal..." Ele tem poder na oração, tem poder em impor suas mãos. Quanto maior poder de "cura", maior o homem.

Esquecem-se que grandes homens do passado escondiam-se no poder de Deus. Outros nunca operaram milagres, como João Baptista, que veio no espírito de Elias. Será que foram menores que os demais, incapazes ? Deus procura em nossos dias e em nossas igrejas homens desse porte. Que não se intimidam em enfrentar um exército com trezentos homens, como Gideão, para depois terem o sabor da vitória estrondosa. Não importa qual seja o nosso auditório. Spurgeon, um servo de Deus que viveu no século XIX, abrigando-se de uma tempestade, entrou em uma pequena igreja e foi lá que se converteu a Cristo. Busquemos o poder de Deus através de vidas santificadas e jamais tentemos adaptar os recursos humanos, as inovações e os sensacionalismos para "melhorar" a obra do Senhor.

Jhony França, Pr.

www.jhonyfranca.gigafoto.com.br

5 comentários:

  1. Pastor França,

    Triste realidade dos que querem pescar com anzois afiados e iscas artificiais!

    Queria aproveitar a oportunidade para lhe apresentar o meu blog, o Genizah e recomendar uma visita. Por minha vez, já me tornei seu seguidor.

    Graça e Paz!

    Danilo


    http://genizah-virtual.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Maravilhoso seu texto!!!
    Como é triste a gente ver que essa realidade está presente nos cultos atuais, dentro de nossa própria igreja...
    E se uma voz de questionamento se faz ecoar em meio a tudo isso, logo é calada pela maioria esmagadora, que prefere o barulho sem propósito divino a um louvor espiritual...
    Que Deus me ajude!!!
    Deus o abençôe meu irmão e fique na paz.

    ResponderExcluir
  3. Amado Pr. Jhony,

    É lamentável e muito real o que escreveu, além de ser uma mensagem que precisamos levar ao púlpito, ainda que nos custe receber muitas pedras.
    Penso no quanto uma igreja perde ao querer trazer para dentro do seu templo um artista, um "cantor", um "tudo", que não seja sequer um discípulo ou servo.
    Algumas mensagens arrancam aplausos da platéia. Sim, o templo não é mais de adoradores e discípulos, mas de meros "amigos e amigas de auditório". Quando as mensagens deveriam promover, no mínimo, quebrantamento; persuadir à obediência ao Senhor dos senhores; impelir a uma busca de intimidade com o Pai; a ouvir a voz do Espírito.

    Abraço do colega de ministério e amigo e irmão em Cristo,

    Antonio

    ResponderExcluir
  4. faltam em algumas igrejas na minha opinião ,a mensagem salvadora . Aquela que toca o coração do perdido que o mesmo reconhece que é pecador e precisa ser transformado pelo poder da fé em Cristo(plano de salvação).a paz

    ResponderExcluir
  5. Pr Jhony
    EU já havia observado essa prática em muitas igrejas nos dias de hoje
    Realmente não é necessário gritarias exaltadas para sermos ouvidos pelo Nosso Deus. Uma oração silenciosa e cheia de fé não será em vão.
    E os louvores copiados? Louva-se muito com louvores (play back)imitando até os gestos do cantor. Não condeno, mas acho que a o verdadeiro louvor é inspirado pelo Esírito Santo, quando buscado.
    Belo Post
    Que Deus abençoe

    ResponderExcluir