02 outubro 2010

Na presença de Deus. Fazendo o quê?

Igrejas abarrotadas, púlpitos lotados, pessoas em pés dentro das igrejas. “Os irmãos nos perdoe, não temos mais lugares.” Diz o dirigente do culto. Nem sempre o templo é pequeno, e sim as pessoas é que são muitas. Pessoas bonitas, elegantes, bem vestidas, sorridentes, verdadeiramente felizes se acomodam nos bancos de nossas igrejas. Igrejas estas que na maioria das vezes são aconchegantes, bonitas, espaçosas muito bem decoradas e até climatizadas. Igrejas, que quando fechadas despertam curiosidades. “Nossa, imagine só por dentro como deve ser”! Comentam aqueles que passam em frente. Nunca tivemos igrejas tão bonitas como no tempo presente. Nunca tivemos tão belas decorações como temos hoje. Nunca, tivemos tanta gente bonita, bem vestida, malhada, gente de olharmos e dizermos: “fulano caprichou hoje” ou “sicrano está diferente, viu o penteado dela? Viu o sapato dele? E aquela blusa?” Nunca presenciamos tão grandes eventos, festas cruzadas, encontros como nos dias de hoje. O povo de Deus é um povo festivo. Deus é um Deus de festas (Êx. 5-1).

     Mediante tais observações, considero as igrejas evangélicas de um modo geral bastante “atualizadas” e pertinentes para o tempo que se chama hoje. Algumas possuem até cadeiras com almofadas e tantos outros aparatos tecnológicos. Igrejas localizadas em bairros nobres, praças, avenidas e outros lugares movimentados. Até mesmo as que não se enquadram no perfil citado acima, recebem também minhas considerações, pois mesmo não tendo grande luxo, nem grande aparência, não deixam de ser um templo preparado com carinho para cultuar ao Senhor.

     Preocupamos-nos tanto com a igreja “Templo” e nos descuidamos da verdadeira igreja “Nós mesmos”. Onde está, o conteúdo do que chamamos “belos e caprichosos?” Onde está a atuação, a “mão-de-obra” de um povo que embora seja belo e esteja bem vestido, no fundo não sabe o real significado de ser SERVO de Deus. De SERVIR!

     Onde estão os trabalhos sociais de tão belos templos, tão bem acabados, tão bem confortáveis, tão bem vistos na sociedade aparentemente, mas que não “presta” senão para alguns trabalhos semanais e o rotineiro culto de Domingo.

     Não precisamos mostrar o que temos exteriormente, e sim praticar o que somos ou o que de fato devemos ser interiormente, como igreja individual, como um saudável corpo de Cristo. Do que adianta estarmos belos nas igrejas belas, se não estamos fazendo o que de fato é belo: Dar o que de melhor temos para Deus! “Sou um membro de banco não faço nada”, (declarou um irmão) O que é um “membro” de banco, alguém pode me explicar?

     O que de fato estamos fazendo na igreja? Sinceramente, alguns estão perdendo tempo! O que realmente pensamos ao sair de casa para ir à igreja? Será que temos realmente o compromisso que falamos, ou estamos enganando a nós mesmos?!

     Estamos perdidos se pensarmos que seguir a cristo e fazer a obra de Deus é simplesmente vir ao templo semanalmente orar alguns minutos, cantar 2 ou 3 hinos, sentar no banco, bater algumas palmas, dar uma ofertinha, ouvir 30 minutos de palavra, receber a bênção apostólica e voltar para casa tranquilamente. Cultuar a Deus é muito mais do que isso! Vai muito mais além do que normalmente fazemos.

     Fico triste quando percebo que existem pessoas nas igrejas apenas preocupadas com seu externo. Outras nem se preocupam tanto, não sabem por qual razão estão na igreja, o que deve ser feito na igreja, como se comportar na igreja, e não se preocupam nem em aprender isso.

     Existem crentes que estão hoje desmotivados dentro das igrejas, perderam as forças para trabalhar, não acreditam mais no seu potencial, e por causa disso são tão fracos na fé. São crentes que vão à igreja apenas para cumprir um horário, uma agenda, ou porque pensam: “É, hoje é dia de ir à igreja”. Lamentável!

     Meus irmãos, não somos apenas mais um para completar a fila de bancos, e nem sequer mais um para ser somado ao número de membros da igreja, mas somos alguém importantíssimo no plano de Deus. Somos pessoas que foram chamadas para exercer uma grande obra. Somos homens e mulheres que mesmo vivendo nesta sociedade carcomida pelo pecado e pelos abusos morais e sociais, temos a incumbência de resplandecer como astros no mundo. (FL. 2-15).

     Sei que a despeito de tudo isso, existe muitas pessoas comprometidas com a obra, muitos homens de Deus, muitas mulheres de oração, muitos jovens trabalhando com todas as suas forças, com garra, pessoas se esforçando de um lado para o outro, evangelizando, pregando, nas praças nos ônibus, e em diversos lugares anunciando Cristo, muitas pessoas que ainda choram pelas almas e trabalham incansavelmente para o crescimento do reino de Deus. Porém mais do que nunca precisamos falar sobre isso, precisamos alertar a igreja de que nosso trabalho por mais que seja árduo e dificultoso, ao fim será recompensativo, será praseroso, SERÁ GLORIOSO! Aleluia!

     Vamos deixar de ser individualistas, vamos unir as forças e juntos fazermos uma grande obra para Deus!

Por:
Tairone Fernandes dos Santos